As leituras da liturgia do dia de hoje, 31 de julho de 2019, se encaixam perfeitamente na festa do Santo Inácio de Loyola, pois refletem de forma clara o caminho espiritual de Inácio . Assim sendo, nada mais significativo do que compartilha-las com vocês, desejando que Inácio os acompanhe em sua peregrinação.

Evangelho (Mt 13,44-46).

Jesus compara o Reino dos Céus com um tesouro escondido e uma pérola preciosa. Alegria de quem os encontra. Vai! Vende tudo. Compra. Quatro verbos que refletem o que aconteceu com Inácio:

O encontro com Jesus! Ferido na perna encontra Jesus na leitura dos únicos livros que havia na casa do seu irmão em Loyola. O conhecimento interno de Jesus provocou a sua conversão e mudança de vida.

Vai! Logo que pode de novo andar, não fica mais parado, mas se põe em movimento. Sai da sua casa e parte para o desconhecido e, mesmo mancando, se define como o Peregrino. Ao itinerário geográfico corresponderá um itinerário interior conduzido pelo Espírito de Jesus.

Vende tudo! As riquezas, ambição de poder e a glória deste mundo passam a ser como lixo, comparado como seguimento do seu novo Senhor e Rei, Jesus Cristo. É simbólica a troca de suas roupas de nobre com as de um mendigo achado no caminho.

Compra o tesouro! O amor e a graça de Deus lhe bastam. Daqui para frente, para Inácio viver é Cristo Jesus.

Leitura do Ex 34,44-46

O Senhor falava com Moisés face a face como um homem fala com seu amigo (Ex 33,11). Moisés desceu da montanha do Sinai trazendo as duas tábuas da aliança, não sabia que a pele de seu rosto resplandecia por ter falado com o Senhor. Quando falava com o povo cobria o rosto com um véu e o retirava quando entrava na tenda para falara com o Senhor.

Uma palavra chave na espiritualidade de santo Inácio é a “reverência” que ele não explica em que consiste por ser uma experiência pessoal de Deus profunda, impregnada de admiração humilde, da qual brota um amor agradecido, cheio de grandes desejos de louvar e servir o seu Senhor. Os amigos de Inácio diziam que ele parecia “ter Deus diante dos olhos” a todo o momento. E ele mesmo confessou que nos últimos tempos podia “encontrar Deus com facilidade” (Relato do Peregrino n.99). Assim como Moisés, Inácio diz que o colóquio, nos Exercícios Espirituais, se faz “como um amigo fala a seu amigo ou como um servo, a seu senhor” {54}. 

Inácio ao se reconhecer pecador amado por Deus conclui o primeiro colóquio da primeira semana dos Exercícios com a pergunta: Que fiz, que faço, que farei por Cristo? [53]. No processo de beatificação de Inácio, um senhor, filho de um casal que acolheu o santo na sua casa, na sua passagem por Barcelona, e dividia o quarto com o filho, este declarou que passava horas rezando à noite e só conseguiu perceber estas palavras: Meu Deus, se os homens te conhecessem!

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